Self Care | Coisas Que Aprendi Em 2017.

by - março 30, 2018

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2017 não foi propriamente dos melhores anos para mim. Aliás, não foi um ano muito bom mas foi um ano de muita mudança que de facto levou a coisas melhores. 2017 foi o ano em que cheguei a um ponto critico depois de anos de quase 10 anos de acumulação e me vi forçada a fazer algo sobre isso mas aprendi muita coisa e agora estou provavelmente o melhor do que estive em anos.  Obviamente que não é fácil, são coisas que vão e vem mas estão sempre lá.

No meio disto tudo fui capaz de aprender várias coisas que me ajudaram a conseguir controlar melhor "o monstro" que é a ansiedade. Não é fácil, por vezes tem dias insuportáveis, uns meio "meh" e outros muito confusos. Mas também têm dias em que conseguimos ver as coisas boas no mundo e que nos dão esperança que vai ficar tudo bem e nos aquecem o coração. Pessoas e familia, coisas, os nossos animais de estimação. No fim, tudo vem em fases e por mais longa ou curta que seja a fase escura, a boa também há de vir e as pessoas que se importam vão estar tanto numa como na outra.

Assim aquilo que vos trago hoje é uma listinha (ok, posso me ter deixado levar um poucochinho) de coisas que aprendi e que espero que ajudem se também sofrerem com estes males para as alturas piores e que talvez vos tragam algum aconchego :)



Não te deves sentir mal de fazeres coisas por ti. 

The first step in managing a difficult journey is making sure self-care is your biggest priority. Find out more about self care at thislifethismoment.com

Há anos não tinha grande paciência para ouvir coisas negativas e estupidamente importava-me demasiado com o que raios achavam de muito que fazia (dramas do 2º ciclo am i right). Seria incapaz com 11 anos de usar roupas que fossem diferentes ou especiais de alguma maneira, para certos gostos ou fazer escolhas de moda que me podessem fazer ouvir "bocas". Lembro-me uma vez de ter comprado uns ténis com uma plataformazita e só os ter usado uma vez por isso mesmo. Se fosse como nessa altura, não teria sido capaz de pintar o cabelo colorido como fiz em 2017, o que me deixou bastante feliz e/ou fazer outras coisas que me façam feliz por opiniões alheias. Como é óbvio custa sempre ouvir uma opinião ou "boca" negativa de algo que gostemos mas a grande maioria das vezes estas vem de pessoas que não significam muito para nós, então porque perder tempo e paciência com treta que não vale a pena? Se nos faz felizes, temos o direito de o fazer. Por mais que tentemos agradar a toda a gente, não o conseguimos e nunca irão estar felizes, enquanto nós iremos estar sempre miseráveis. A única opinião que interessa realmente é a nossa, e toda a negatividade tóxica tem de ser cortada pela raiz. É importante saber até a que ponto ir (contenção q.b) mas não deixar que as "vozinhas" nos impeçam de procurar e experimentar coisas que nos façam sentir especiais.
Leon Karrsen


A mudança é uma coisa boa.

When I want

É natural como parte do ser humano ter medo do desconhecido. É por isso que exploramos as estrelas, os mares,a Terra, a ciência e tudo o que nos rodeia, somos curiosos por natureza mas o que não sabemos assusta-nos. Muitas vezes as coisas novas são difíceis e acabam por custar um bocado mas eventualmente à medida que o tempo vai passando começa a custar menos, não que pare sempre, mas melhora. E qual melhora mesmo pequenina é boa. Em 2017 fui para a universidade o que foi, uma mudançazorra porque como já disse não conhecia nada da cidade, ninguém de nada e estava com outras dificuldades também. No inicio pensei que não fosse passar uma única cadeira e não fosse aguentar o curso (as vezes ainda acontece, mas isso é normal com todos..)..Um bocado para minha surpresa acabei por passar praticamente às cadeiras todas mesmo que não fosse com notas brilhantes..O que quero dizer com isto é que até agora já tivemos muitos dias maus, vários dias *muito* maus mas eles passaram. Já tivemos alturas de chuva e tempestade com relâmpago que pareciam nunca mais acabar mas veio o Sol e assim descobrimos que conseguíamos enfrentar a tempestade. As mudanças apesar de não serem sempre bem aceites/positivas, acabam por fazer algum sentido para provar-nos que somos capazes de muita coisa. É natural para crescer encontrar o caminho. Não ganhamos nada presos no mesmo sítio e como diz uma frase que gosto, "Também isto passará.".

A panel from a comic from Thought’s From a Sad Ghost


It's okay to get angry

10+ Hilarious Comics By 18-Year-Old Artist

Até a pessoa mais paciente e santa se zanga ou stressa de vez em quando e faz coisas que provavelmente não devia ter feito ou não foram bem pensadas com o julgamento enevoado. Não dá para evitar, acontece a todos. Quando parece que muita coisa está a correr mal ou pouca gente está a a perceber o que se passa é normal sentir se frustrado e o stress transformar-se involuntariamente em um pouco de revolta e falta de paciência. Mas é tudo normal, são tudo coisas que acontecem e que não tem nada de mal.  É ok ficar zangado de vez em quando, ou ter dias piores porque não vão ser sempre assim. São situações que devem ser vistas como normais porque o são. Não é "mau" nem "sem sentido" não aguentar tudo porque ninguém o faz. Em situações destas é importante encontrar outras coisas para focar como o que está bem e fazer pausas.   


Self-care is not selfish

Saskia Keultjes illustration | Spend some time with yourself

Self-care pode ser máscaras faciais, banhos de espuma, chás e velas mas também pode ser coisas bastante simples como ir à rua quando não apetece mesmo nada em vez de ficar a deprimir em casa ou dizer olá a alguém na rua. Self-care não tem sempre de ser gestos grandes mas coisas que nos façam sentir que estamos a fazer alguma coisa por nós ou algo que nos faça sentir bem. Quando me sinto pior gosto de fazer uma bebida quente e ver uma série. Também costumo fazer uma máscara e de vez em quando compro algo em que esteja de olho há muito tempo. Há uma ideia estúpida que se tratarmos de/fizermos coisas por nós que somos narcisistas ou egocêntricos porque "só nos estamos a preocupar com o nosso bem-estar" mas isso devia ser problema de todos. Se não estivermos bem, não funcionamos e se não funcionarmos, sente-se e isso afeta (ou devia afetar) toda a gente ao nosso redor.  Se vivemos em sociedade, devíamos nos importar mais com tratar destes estigmas, deixa-los para trás e incentivar-nos mutuamente a estarmos no nosso melhor. Não há pessoa que aguente tudo e às vezes bem precisamos de um momento zen, contrariamente ao que se possa dizer porque sabemos que merecemos mesmo que tenhamos pensamentos intrusivos.



Procurar ajuda não faz de ti fraco.

30.5k Likes, 478 Comments - Ketnipz (@ketnipz) on Instagram: “In case someone needs it”
Há um estigma enorme sobre o que diz respeito a doenças mentais ainda hoje em dia, como se fosse difícil de acreditar que nem todos são feitos "perfeitos" e que existem desequilíbrios químicos tal como braços partidos e nódoas negras. Em Portugal e em muitos outros países, a depressão e a ansiedade, por exemplo, afetam uma grande parte das pessoas especialmente as mais novas e estima-se que em 2020 sejam das doenças em que se gasta mais no tratamento devido à quantidade enorme crescente de pessoas que sofrem delas. Então porque continuam a haver tantos problemas a falar sobre isso ou procurar ajuda e não tanta normalidade como em relação a um braço partido? Um braço partido sara, e é nos aconselhado ir ao médico para tratar dele. Aleija mas acaba por passar e não é perigoso para nós. Por outro lado se continuarmos a insistir com o stress e os pensamentos que estamos bem, a verdade é que provavelmente não estamos nada e eventualmente por mais forte que uma pessoa seja, vai atingir um ponto critico e isso pode ser muito perigoso. Devíamos evitar ao máximo chegar ai. Parece que não mas procurar ajuda faz diferença, sim senhora não é "só treta" nem "desperdício de tempo e dinheiro". A recuperação é um caminho lento e moroso com muitas recaídas pelo meio mas que faz diferença. Tudo o que é preciso é a vontade de querer ficar melhor. O tempo que passamos a sentir nos mal estraga-nos a vida, estraga as coisas ao nosso redor, estraga a nossa perspetiva, as oportunidades de conseguirmos coisas boas e seguirmos em frente e leva-nos a ficar no mesmo sitio "onde é seguro" mas que nos vai envenenando pouco a pouco. É importante procurar ajuda, não só pelos outros mas principalmente por nós. Por alguma razão se chamam "as doenças silenciosas", depende de nós procura-la mas para isso precisamos de outros. Não é "fraco" tomar medicação nem procurar ajuda. Tal como não é "fraco" quem ainda não o fez. Fraco é continuar a incentivar ideias negativas que fazem mas mal que bem e colocam pessoas em risco.  


Só sobreviver o dia já é um esforço espetacular

Devíamos pensar nisto todos os dias!



Há dias piores em que mal nos apetece sair da cama ou fazer seja o que for. Há quem o consiga fazer e ter dificuldades na mesma e há quem não o consiga e lhe custe muito devido a todas a duvidas e pensamentos que tem. Muitas vezes tendemos a pensar "em grande" que nos esquecemos de valorizar as coisas de onde partem todas as outras. Se aquilo que fazemos quando saímos de casa nos marcar por sentimentos negativos, naturalmente não iremos querer sair de casa. Mas ao mesmo tempo sabemos que não conseguimos melhorar se não o fizermos. Pode não ser um grande marco para outras pessoas, mas para nós enfrentar as coisas "simples" que nos metem ansiosos e avançar lentamente prova-nos que somos capazes de mais do que aquilo pelo qual nos damos crédito e pensamos. A vida é feita de coisas difíceis, grandes ou pequenas, com e sem lógica. Conseguir supera-las é algo que merece ser reconhecido e celebrado mesmo que sejamos os únicos a fazer a festa. Devemos recompensar-nos sempre que o fizermos mesmo que seja com algo pequeno como comer um pouco do nosso chocolate preferido ou permitir-nos ver um episódio daquela série boa mesmo quando temos outras coisas para fazer. Podemos pensar que "não merecemos" mas aquilo que sentimos e pensamos nem sempre está correto, ao contrário da voz da razão no fundo do nosso pensamento.   


Não acredites em tudo o que pensas.
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Quase em 100% das vezes que nos sentimos mais stressados ou ansiosos não é tanto por serem situações muito complicadas ou díficeis mas porque estamos tão saturados dos nossos pensamentos constantemente a estragarem a nossa calma com suposições e dúvidas que a mais pequena das coisas é suficiente para nos fazer rebentar. Enquanto somos das únicas pessoas que sabe o que nos mete felizes, também sabemos quais são as nossas dúvidas e não conseguimos controlar para onde vai o nosso pensamento. O facto de não termos esse controlo (se fosse assim tão fácil..) faz com que muitas vezes fiquemos bloqueados e não saibamos o que fazer ou para onde nos virar. Nessas situações há uma coisa que qualquer um pode fazer que pode ajudar: falar. Para além disso também há medicações e o quão cada funciona depende da pessoa (no meu caso faço as duas), mas falar é sempre importante em todas as situações. Encontrar alguém com quem falar é encontrar outro ponto de vista que pode olhar para as mesmas coisas que temos dúvidas ou achamos que estão mal e mostrar-nos que, de facto, podemos não estar tão certos em relação a isso como pensávamos e que está tudo bem e no caminho certo. Tal como dizemos que não podemos acreditar em tudo o que lemos, também não devemos acreditar em tudo o que pensamos porque não quer dizer que sejam verdade.


Todas as pessoas são diferentes.
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É mentiroso quem disser que, de uma maneira ou de outra, nunca se comparou a ninguém. Passamos o tempo a ver pessoas a serem bem sucedidas numa certa coisa ou a conseguirem coisas boas e não conseguimos evitar pensar "Raios, gostava de também ser assim.". Por vezes também ficamos frustrados que tentamos certas coisas que eram suposto funcionar e por mais que tentemos não dá em nada. Acontece que as pessoas são todas diferentes e o que é bom para uns ou os faz contentes não funciona para todos (mas isso é óbvio). Tentar melhorar e encontrar coisas que gostemos ou achemos interessantes é importante mas devemos ter em conta que não somos iguais e para chegarmos onde queremos há quem demore mais, há quem demore menos, dê mais ou menos voltas e tenha de tentar e fazer muito esforço antes de chegar ao destino, mas que não é impossível lá chegar. Toda a gente tem ritmos diferentes e objetivos diferentes, e todos eles são válidos. No fim o que interessa não é a quantidade de vezes que nos "espalhámos" mas o trabalho e o destino. Não vale a pena fazermos um "caco" da nossa cabeça a preocupar com coisas que não podemos mudar ou que não são possíveis por isso mais vale antes pensar naquilo que *podemos* fazer e que, enquanto nos podemos orientar pelas maneiras que certas coisas funcionaram noutros, pensar que talvez, estejamos a conseguir as coisas da nossa maneira e ainda não saibamos (Se isto fizer sentido?).


Vais chegar onde queres eventualmente.


pinterest @happyandveg ✰


Sinceramente, é tão fácil olhar para a vida de outra pessoa e pensar "Sou oficialmente um falhanço épico se não conseguir a coisa X/Y/Z no período de tempo A/B/C". Basta ligar o telemóvel ou o computador e ver pessoas por todos os lados a falarem do quão fantástica a sua vida é ou o quão felizes estão e isso faz nos pensar que por estarmos onde estamos que nunca chegaremos a lado nenhum. Calma. Há algum tempo li algo que me fez pensar "Realmente..", vindo de várias pessoas que tinham sucedido em coisas que pareciam impossíveis: "Aproveita onde estás agora e continua a tentar ir no sentido do grande objetivo. Coisas pequeninas pouco a pouco mas sempre tentando. E mais importante não te preocupes sem sentido agora por não teres ainda tudo definido, porque se estiver destinado a acontecer, se fizeres isto vai acontecer.". Primeiro temos de nos preocupar com orientar-nos um pouco e perceber o que nos faz sentir melhor e pior e dominar essas criaturas ou minimizar o seu estrago. Tudo acontece no seu tempo certo. A chave é não deixar de tentar, ter sempre planos de reserva, mas tentar e saber quando arriscar. No fim provavelmente não há de ser nada.




Espero que este post sirva para vos ajudar de alguma maneira e talvez se sintam um bocadinho menos mal nas alturas mais críticas. Por mais cliché e tonto que soe, o pensamento positivo acaba por fazer muita coisa. Conhecem alguns truques para lembrar nestas situações?  Há alguns que costumem usar? 






you don't have to have it all figured out
*este post foi inspirado por este vídeo da Jessie Paege*

créditos arte: ketnipz, sad ghost club, pinterest


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2 comentários

  1. Concordo com todas as tuas aprendizagens — e inevitavelmente também já as senti na pele e retirei de cada uma as devidas lições —. Estás a crescer de uma forma muito bonita, Nina :)

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