Minha geeeeeeente. Tenho notícias para vocês, ai se tenho. Como sabem é verão o que significa que é altura de 'apanharmos' aquelas séries que deixamos para trás e encontrar milhentas novas, arte na qual sou especialista. Eu tenho assim um weak spot por séries cheias de girl power por isso quando apanhei esta pelas mãos, agarrei me bem a ela, e diga-se só de passagem, estou convicta que esta série pode mesmo ser a melhor de 2017.  Então sem mais conversa deixem-me resumir-vos a situação, quer dizer, a série:

Sabem aquelas revistas mais femininas? Tipo Cosmopolitan, Teen Vogue, etc.?  A série passa-se em Nova Iorque numa revista chamada Scarlet, e segue três amigas enquanto elas navegam tanto a sua vida profissional quer amorosa. Sendo baseado na história de Joanna Coles, antiga editora da Cosmopolitan (que pode ser ouvida na série a fazer os resumos de episódio para episódio). E quem são estas três amigas? São mulheres como todas as outras. São mulheres com ambições, mulheres com sonhos, mulheres que erram mas mais importantemente, mulheres que sabem o seu valor e não aceitam não como resposta. Mas só falar não chega, por isso agora vamos aos factos, ou seja, ao que torna este programa tão especial:

As Amizades

No núcleo da série está a amizade entre as três mulheres trabalhadoras que nos são apresentadas: Jane é uma escritora recentemente promovida depois de anos a trabalhar como assistente, Kat é a diretora de redes sociais da revista e Sutton, a assistente da mesa mais agitada da Scarlet. Todas elas são mulheres que conhecemos no dia à dia. Kat é a mulher ousada, confiante, determinada. Jane a mulher timida, ansiosa, criativa e Sutton a mulher trabalhadora, sonhadora, engenhosa. Todas elas diferentes, mas todas elas arrojadas. 

 

Kat (Aisha Dee), Jane (Katie Stevens) e Sutton (Meghann Fahy)

Os Esterótipos quebrados

Lembram-se de 'O diabo veste prada'? Nesse filme também passado numa revista estilo Cosmopolitan há uma coisa que vem logo à mente a toda a gente que o conheça, a 'patroa infernal' que faz a vida negra aos estagiários e é no geral uma pessoa fria e ponderada. Mas não é só nesse filme. No geral costuma haver, quer nas séries quer nos filmes essa tendência de retratar a pessoa que manda como uma cabra, especialmente se for mulher. Nunca a percebi. Afinal, será assim tão difícil acreditar que os patrões são pessoas reais com dimensão? Aqui não é o caso. A patroa, Jacqueline, é uma mulher determinada que se importa realmente com o que os outros pensa, os apoia e não aceita que façam dela menos do que ela é. No entanto este não é o único exemplo dos estereótipos que este programa quebra. Em The Bold Type temos uma personagem muçulmana abertamente lésbica que usa o hijab e uma rapariga negra a questionar a sua orientação que acabam por iniciar um romance. Isto não é coisa que se veja frequentemente no mundo fechado da televisão! No entanto existe. A televisão é suposto mostrar a realidade e para muitas pessoas, esta é a primeira vez que se podem identificar com algo que é abordado de forma séria na mesma. Isto é super importante. As personagens tem altos e baixos, não são mostradas como 'confusas' como muito ouve por ai, têm medo e fazem sabotagem à conta disso como pessoas reais. Não é um perfeito conto de fadas, mas não é uma tortura fantasiosa, é a realidade no seu estado natural, tão perto. 

credito: dailyboldtype @ tumblr

Na série são abordadas situações que ainda hoje fazem muita gente levantar as sobrancelhas tudo de uma maneira que parece realista. As personagens são genuínas, engraçadas mas não são perfeitas e reconhecem esse facto. Por isso aconselho vos vivamente este programa e acredito que se lhe derem uma oportunidade certamente não se vão arrepender. A acabar deixo vos este momento da série que, eu juro, é o meu preferido até agora e está muito bom mesmo.

credito: jane-sloan @ tumblr